sexta-feira, 22 de maio de 2009

Dieta para driblar a cólica menstrual




Muitas mulheres vivem um verdadeiro martírio nesse período: dores de cabeça, cólicas, irritabilidade, compulsão por doces e, para piorar ainda mais a situação, os indesejáveis inchaço e aumento de peso. A boa notícia é que tudo isso pode ser amenizado por meio da alimentação. Quem explica é a médica ortomolecular e nutróloga Tamara Mazaracki, do Rio de Janeiro

O que predispõe o organismo aos efeitos da TPM?

Na síndrome pré-menstrual ocorrem variações hormonais (aumento do estrogênio e redução do nível de progesterona), queda da produção de serotonina e feniletilamina (neurotransmissores responsáveis pela sensação de bem-estar) e aumento das substâncias próinflamatórias (prostaglandinas). Há também deficiência de minerais (magnésio e cálcio) e redução dos níveis de açúcar (hipoglicemia).

Todas estas alterações, além de provocar, retenção líquida, mudança de humor, diminuição de energia, dentre outros desconfortos, estimulam um desejo quase que incontrolável por doces. Logo, é preciso fazer as escolhas certas em se tratando de alimentação.

Que alimentos devem ser priorizados nessa fase?

É importante ingerir nutrientes ricos em ácidos graxos (ômegas 3, 6 e 9), os quais possuem ação antiinflamatória. É possível encontrá-los na semente de linhaça, semente de abóbora, nozes, amêndoas, abacate, peixes de água fria (salmão, atum, sardinha, cavala), ovos e azeite extravirgem.

O consumo de frutas e vegetais é ainda superválido, pois melhoram o trânsito intestinal e são diuréticos. Para beber, deve-se optar pela água de coco. É uma importante fonte de potássio, reduz o inchaço, é doce e contém poucas calorias. O suco de melão e a melancia também são recomendados.

Quando a mulher deve adotar esta dieta?

De dez a quinze dias antes do início da menstruação. O ideal é fazêla todos os meses, sobretudo as mulheres que sofrem intensamente os efeitos do ciclo menstrual. Mesmo para as que sentem tais incômodos de forma amena, ainda assim, uma dieta balanceada com os nutrientes já destacados fará muito bem.

E o que deve ficar fora do prato?

Carne vermelha gordurosa, frituras, salgados, refrigerantes e doces em excesso. É importante, ainda, restringir álcool e bebidas ricas em cafeína. Todos estes itens têm ação pró-inflamatória, a qual estimula a retenção líquida. Seu consumo faz o organismo produzir picos de energia, seguidos de uma queda acentuada. Tal processo, sobretudo, acaba aumentando a compulsão por estes alimentos.

O que fazer para conter o desejo pelos açucarados? Qual a orientação para consumi-los sem exageros nessa fase?

Se houver uma vontade muito grande, a orientação é comer (sem exageros) carboidratos complexos: pão, arroz, aveia, massa, batata e feijões. Essa ingestão deve ser feita - de três em três horas - para estabilizar a glicemia (açúcar no sangue) e estimular a produção de serotonina, que acalma e oferece sensação de bem-estar.

Nesta lista podem entrar a banana (rica em carboidrato, vitaminas do complexo B, cálcio, magnésio, ferro e potássio) e as frutas secas (são doces, ricas em fibras, vitaminas e minerais). Até mesmo um pequeno bombom é permitido, só não vale a caixa inteira. Uma dica, aliás, é não deixar esta e outras tentações em casa.

"Uma dieta balanceada, provida de nutrientes específicos, é primordial para amenizar os desagradáveis sintomas desse período".

Quais opções são mais indicadas para combater o inchaço?

A retenção hídrica é facilmente combatida com alimentos ricos em potássio, magnésio, vitamina B6 e água. Melão, melancia, pera, kiwi, morango, uva, abacaxi, limão, aipo e folhas em geral (alface, agrião, salsa, couve), aspargo, repolho, tomate, beterraba, cenoura, pepino e aveia são os campeões.

Água, chá verde, chá preto, mate e água de coco são ótimos diuréticos. O café, em pequenas quantidades, apresenta este mesmo efeito. Outra opção interessante é o vinagre de maçã que é um excelente tempero nos dias de inchaço, pois é riquíssimo em potássio e elimina o excesso de água no organismo.

Episódios de nervosismo, irritabilidade, depressão e crises de choro, comuns nesse período, estão relacionados à baixa de cálcio e vitamina B6?

Sim, a instabilidade emocional nessa fase está ligada à baixa destes nutrientes, principalmente do magnésio. De um modo em geral, é só caprichar nos alimentos que os fornecem, para driblar estes sintomas. Somente em alguns casos a alimentação não é suficiente para supri-los. Então, há a necessidade de recorrer ao uso de suplementos.

Em quais alimentos estes nutrientes são encontrados?

A vitamina B6 está presente nos ovos, nas nozes, na aveia, no frango, na batata, nas folhas verdes, no arroz integral, nas leguminosas e na banana. As fontes principais de cálcio são: leite e derivados e vegetais verde-escuros (brócolis, couve, espinafre, rúcula). Já o magnésio (parte integrante da clorofila) é encontrado em todos os vegetais verde-escuros, amêndoas, maçã, figo, limão, pêssego, arroz integral, grão de bico, sementes de girassol e gergelim.

As fibras exercem uma função importante nessa fase?

Sim. Uma alimentação fibrosa auxilia na eliminação do excesso de estrogênio (hormônio responsável pelo surgimento da TPM), pelas fezes. Quanto maior sua ingestão, mais acelerado é o trânsito intestinal, o que contribui para desinchar a barriga. Então, além de frutas e verduras, investir no consumo de feijões variados, aveia em flocos e sementes de linhaça é recomendável. Beber muita água também é fundamental para facilitar o trabalho intestinal e permitir que as fibras possam exercer sua função com maior eficiência.

Fonte: Dieta Já/Guiame.com